Despir-se das Ilusões

Quando a névoa das aparências se desfaz,

a vida revela não apenas o que é,

mas o que sempre foi:

um diálogo silencioso entre a fragilidade humana

e a eternidade que nos sustenta.

Ver com clareza não é descobrir novos mundos,

mas enxergar a alma no espelho do real.

É reconhecer que nossas feridas não são falhas,

mas portas para uma consciência mais alta,

onde o sofrimento deixa de ser peso

e se torna linguagem de crescimento.

A vida, então, não é mero deslocar-se no tempo.

É um processo de despertar:

deixar a máscara do imediato

para abraçar o invisível que dá sentido ao visível.

E nesse instante de lucidez,

compreendemos que a conexão com o céu

não é promessa distante,mas presença constante.

O divino não nos chama apenas para além da morte;

Ele se inscreve em cada escolha,

em cada silêncio,

em cada ato de amor que resiste ao vazio.

Viver é, portanto, um exercício de clareza:

despir-se das ilusões,

habitar o presente com inteireza,

e reconhecer que o infinito

não está diante de nós,

mas dentro de nós.

Stripping Away Illusions

When the veil of appearances dissolves,

life reveals not only what it is,

but what it has always been:

a silent dialogue between human fragility

and the eternity that sustains us.

To see clearly is not to discover new worlds,

but to recognize the soul in the mirror of the real.

It is to understand that our wounds are not flaws,

but doors to a higher consciousness,

where suffering ceases to be a burden

and becomes a language of growth.

Life, then, is not merely moving through time.

It is a process of awakening:

shedding the mask of the immediate

to embrace the unseen that gives meaning to the visible.

And in that moment of lucidity,

we realize that connection with heaven

is not a distant promise,

but a constant presence.

The divine does not only call us beyond death;

He writes Himself into every choice,

into every silence,

into every act of love that resists the void.

To live is, therefore, an exercise in clarity:

to strip away illusions,

to inhabit the present with wholeness,

and to recognize that the infinite

is not before us,

but within us.